Sem eletricidade pela manhã e com uma ótima idéia de um texto, procurei as canetas. Secas, falhando ou soltando tinta demais, sabe como é? E ali estava um lápis que eu não tenho a menor idéia de como surgiu e há quanto tempo. A ponta apontada.
Comecei a escrever com o lápis. Algumas coisas começaram a acontecer na minha memória e no meu coração. Voltei correndo para a Creche Zacaro Faraco e comecei a recordar das primeiras letras, ditadas pro nossa professora, no caderno de caligrafia. Naquela época eu ainda era canhoto. Senti que minha mão ainda fluía bem com o lápis. Além de tudo, é higiênico.
Só que a ponta acaba. E foi com uma afiada faca de churrasco que fiz o serviço. Que prazer fazer a ponta de um lápis. Fiz devagarzinho para não desperdiçar a emoção da minha volta ao passado.
E me lembrei que todos nós começamos a escrever assim. Mas, ainda com sete anos, o sonho era escrever com a caneta. Mas isso era coisa para o pessoal mais velho, do segundo ano. A caneta estourava ou nos riscávamos, estragava as roupas. Voltava imundo para casa. O sonho sempre foi a caneta.
Depois da caneta normal o sonho era a IBM de bolinha(dava para apagar os últimos digitos errados) e depois veio o computador e agora o sonho é um Pentium 5. E o lápis ficou lá atrás. Só que ele não seca, não acaba e não suja.
Aí me lembrei que existiam uns lápis que tinham umas borrachinhas na outra ponta. Para apagar os erros. Não resisti, saí e comprei. Não um, mas vários. E, é claro, um apontador. Não aqueles modernos com manivela, de mesa, mas daqueles pequeninhos, que hoje são de plástico mesmo. Aproveitei e comprei uma caixa de lápis coloridos. Trinta e duas cores. Uma lata bonita.
Aí, não tendo mais o que inventar para brincar, resolvi escrever um texto com letra de forma, escanear e ver se o computador reconhecia meu texto. Não. Não por culpa dele, mas pela minha letra mesmo que, nestes últimos meses, dado ao desuso, e não é apenas o computador que não entende. Afinal, hoje em dia, para que serve escrever à mão? Como para que serve somar ou subtrair se as maquininhas estão aí? Para que serve o curso primário?
É aqui que eu queria chegar. Não adianta o governo testar alunos e professores e universidades. Vai dar sempre zebra. O buraco é bem mais embaixo, senhor ministro da Educação. Vamos voltar ao lápis e ao dois mais dois. Vamos começar pela base. Vamos escrever a lápis. Mesmo por que, se não der certo, a gente apaga e começa de novo.
Comecei a escrever com o lápis. Algumas coisas começaram a acontecer na minha memória e no meu coração. Voltei correndo para a Creche Zacaro Faraco e comecei a recordar das primeiras letras, ditadas pro nossa professora, no caderno de caligrafia. Naquela época eu ainda era canhoto. Senti que minha mão ainda fluía bem com o lápis. Além de tudo, é higiênico.
Só que a ponta acaba. E foi com uma afiada faca de churrasco que fiz o serviço. Que prazer fazer a ponta de um lápis. Fiz devagarzinho para não desperdiçar a emoção da minha volta ao passado.
E me lembrei que todos nós começamos a escrever assim. Mas, ainda com sete anos, o sonho era escrever com a caneta. Mas isso era coisa para o pessoal mais velho, do segundo ano. A caneta estourava ou nos riscávamos, estragava as roupas. Voltava imundo para casa. O sonho sempre foi a caneta.
Depois da caneta normal o sonho era a IBM de bolinha(dava para apagar os últimos digitos errados) e depois veio o computador e agora o sonho é um Pentium 5. E o lápis ficou lá atrás. Só que ele não seca, não acaba e não suja.
Aí me lembrei que existiam uns lápis que tinham umas borrachinhas na outra ponta. Para apagar os erros. Não resisti, saí e comprei. Não um, mas vários. E, é claro, um apontador. Não aqueles modernos com manivela, de mesa, mas daqueles pequeninhos, que hoje são de plástico mesmo. Aproveitei e comprei uma caixa de lápis coloridos. Trinta e duas cores. Uma lata bonita.
Aí, não tendo mais o que inventar para brincar, resolvi escrever um texto com letra de forma, escanear e ver se o computador reconhecia meu texto. Não. Não por culpa dele, mas pela minha letra mesmo que, nestes últimos meses, dado ao desuso, e não é apenas o computador que não entende. Afinal, hoje em dia, para que serve escrever à mão? Como para que serve somar ou subtrair se as maquininhas estão aí? Para que serve o curso primário?
É aqui que eu queria chegar. Não adianta o governo testar alunos e professores e universidades. Vai dar sempre zebra. O buraco é bem mais embaixo, senhor ministro da Educação. Vamos voltar ao lápis e ao dois mais dois. Vamos começar pela base. Vamos escrever a lápis. Mesmo por que, se não der certo, a gente apaga e começa de novo.
11 comentários:
Belo final!
Tá aí, uma das coisas que eu gosto de fazer é escrever com lápis, caneta é legal, mas lápis gasta, acaba, dá a impressão de trabalho realizado... (momento nostálgico)...
Espero que o Sr. Ministro da Educação passe por este post e consiga retirar dele alguma coisa boa.
Abraços
Uriel, de uma jornalista para outro, vc, sem dúvida, será um excelente profissional, continue nessa linha.
Que emoção ao ler o teu texto! Sabe, eu gosto tanto de escrever à mão que, ao longo da vida, tive vários tipos de letra. Se vc vir os meus cadernos, de uma série para outra, vai perceber isso. Achava o máximo inventar novos designs e ver no que dava. Acabava ficando muito legal.
Entendi muito bem o que vc disse e toda essa emoção e, de vez em quando, quando os olhos doem por causa do computador, escrevo meus textos à mão e costumam ser os melhores. Curioso, né?
Mas é isso mesmo que vc falou, companheiro, o buraco está bem mais abaixo, é falta de base mesmo.
Parabéns pelo texto, pela emoção com que o escreveu e pela maturidade tão precoce!
Vou linkar o blog lá no Babel, se vc quiser fazer o mesmo, vou adorar, tá bom? Obrigada pelo comentário tb.
Beijão!
Letícia.
http://babelpontocom.blogspot.com/
viva o lapisssssssssss
Nossa!!! Perfeito! Um dos textos mais bem-escritos que eu já li!
Parabéns! Eu achei ótimo! O começo, o meio e o fim...!!!
Belo Blog...
Gostei do blog! Parabens pelo texto!
Vc acredita que também tenho fixação por lápis? Acho tão pueril, tão nostalgico!
Um abraço!
Gostei de verdade do seu texto.
Eu fui me lembrando de quando eu era menor... bons tempos.
Você escreve mto bem.
^^
;**
Escrever no computador também permite que se delete o arquivo. Acho que o problema não é o como escrever, mas o que se escrever. Enquanto o governo não investir nas idéias nas cabeças, não adianta oferecer computadores, canetas, ou mesmo, o velhinhos lápis...
Abraços
otimo texto...
realmente, parece q com o lapis vc se sente mais envolvido.. tipo por cada vez que vc o usa ele fica menor, seu texto maior..
credo que comentario inutil...
desculpe nao to no meu estado inspirado...
mais vc é um grande jornalista...
Oi, Uriel!
Complicado essas afirmações q vc fez. O curso primário é fundamental na vida do estudante pq permite ele conhecer o universo da educação.
Tudo bem, temos escolas q não tem qualidade, mas tb temos alunos excelentes nestas escolas q se destacam pela inteligência?
Escrevo mto a mão no dia-dia, qdo saio pra fazer reportagem. Dá saudade de escrever mais, mas o computador troxe praticidade, comodismo e informação.
Precisamo é de educação, antes de tudo. Não só na escola, mas na vida. Vc tem razão no seguinte: escrever abre horizontes.
Belo texto, parabéns!
Abraço,
=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
otimo texto...
a base na educação como em tudo na vida ´, tem de ser bem construída...
parabens...
www.daniilopes.blogspot.com
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