Lenta e dolorosamente, o jovem doutor Daryl Parker levantou cedo para outro dia de trabalho. Oh, shit, pensou. Enquanto se arrastava por dois metros até a cozinha, sentia os músculos fatigados. Comera uns waffles mecanicamente, com os olhos ardendo e o pensamento obnubilado, como se estivesse apenas sonhando que havia acordado. “Muito trabalho e pouca recompensa, hein, querida?”, resmungara para sua "cágada" Júpiter, a qual lhe fitava impassivelmente, a mastigar um naco de pão molhado.
Acomodou-se na poltrona de seu consultório às nove e quinze. Ao que parece, seu primeiro paciente estava ainda mais atrasado que ele próprio. Ligou o laptop e começou um Paciência, modo Las Vegas. Always the best, é o que costumava pensar. Nove e vinte e: PAM! Você perdeu – não há novas possibilidades. Aquele maldito sonzinho, Pam! Desapontado com a surpreendente derrota, recostou-se na poltrona e viu uma aranha branquela, asquerosa, passeando na mesa. “Whatta hell!!”. Por Deus, era a aranha mais horrível que já vira. “Shit, that damn bug could be Franz Fuckin’ Kafka, for fuck’s sake!”, pensara, desnudando sua infância no Brooklin a um eventual telepata que estivesse nas redondezas. “Or maybe myself... ”, concluíra, melancólico, enquanto enrolava um exemplar do American Journal of Psychology. Caceteara o “inseto” quando fez um PÉÉÉÉÉÉÉM. Era a campainha.
Adentrara aos tropeços o consultório um belo homem de uns 30 e poucos, branco e alto, de cabelos pretos curtos e franja em S. Perscrutava os arredores com olhos inseguros, por trás daqueles grandes óculos que ele ajeitava com o indicador esquerdo, já que o braço direito estava imobilizado. Convidara-o a sentar-se, acrescentando:
- Pois bem, senhor... Gable. É isso?
O jovem homem anuiu timidamente.
- Clark Gable? Como o ator?
- S-sim, mas... bem, isso é um pouco embaraçoso. Esse é um, digamos, pseudônimo.
- Ah, então o senhor é escritor?
- Não exatamente. Sou jornalista.
- Hum... muito bem. E qual é então, seu nome verdadeiro, Mr. Mystery Man?
- C-como adivinhou meu nome?
Daryl Parker lançou-lhe um olhar confuso, vacilante. Um segundo depois, porém, o intrigante homem abriu um sorriso e respondeu, movendo a mão para frente como quem diz “ora, vamos”:
- Ora, vamos! Hehehe. Meu nome verdadeiro é Kal-el!
Dessa vez os dois riram alto, e Daryl Parker até batia as mãos na mesa, divertido. E então, Kal-el ficou subitamente sério e disse:
- Bem, mas é sério. Kal-el.
- Desculpe, mas... esse é o Flash. Não, não. É o Super-Homem, certo?
- Certo. Eu SOU o Super-Homem.
Acomodou-se na poltrona de seu consultório às nove e quinze. Ao que parece, seu primeiro paciente estava ainda mais atrasado que ele próprio. Ligou o laptop e começou um Paciência, modo Las Vegas. Always the best, é o que costumava pensar. Nove e vinte e: PAM! Você perdeu – não há novas possibilidades. Aquele maldito sonzinho, Pam! Desapontado com a surpreendente derrota, recostou-se na poltrona e viu uma aranha branquela, asquerosa, passeando na mesa. “Whatta hell!!”. Por Deus, era a aranha mais horrível que já vira. “Shit, that damn bug could be Franz Fuckin’ Kafka, for fuck’s sake!”, pensara, desnudando sua infância no Brooklin a um eventual telepata que estivesse nas redondezas. “Or maybe myself... ”, concluíra, melancólico, enquanto enrolava um exemplar do American Journal of Psychology. Caceteara o “inseto” quando fez um PÉÉÉÉÉÉÉM. Era a campainha.
Adentrara aos tropeços o consultório um belo homem de uns 30 e poucos, branco e alto, de cabelos pretos curtos e franja em S. Perscrutava os arredores com olhos inseguros, por trás daqueles grandes óculos que ele ajeitava com o indicador esquerdo, já que o braço direito estava imobilizado. Convidara-o a sentar-se, acrescentando:
- Pois bem, senhor... Gable. É isso?
O jovem homem anuiu timidamente.
- Clark Gable? Como o ator?
- S-sim, mas... bem, isso é um pouco embaraçoso. Esse é um, digamos, pseudônimo.
- Ah, então o senhor é escritor?
- Não exatamente. Sou jornalista.
- Hum... muito bem. E qual é então, seu nome verdadeiro, Mr. Mystery Man?
- C-como adivinhou meu nome?
Daryl Parker lançou-lhe um olhar confuso, vacilante. Um segundo depois, porém, o intrigante homem abriu um sorriso e respondeu, movendo a mão para frente como quem diz “ora, vamos”:
- Ora, vamos! Hehehe. Meu nome verdadeiro é Kal-el!
Dessa vez os dois riram alto, e Daryl Parker até batia as mãos na mesa, divertido. E então, Kal-el ficou subitamente sério e disse:
- Bem, mas é sério. Kal-el.
- Desculpe, mas... esse é o Flash. Não, não. É o Super-Homem, certo?
- Certo. Eu SOU o Super-Homem.
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Continua no próximo episódio.
27 comentários:
Bom Blog
Parabensss
Bem legal!
É de sua autoria?
que diálogo psicodélico..
O nome das personagens são engraçados, o texto tem relação com a vida cotidiana e é um tanto compenetrante, as imagens de derrota e do espanto (ou do horrível) aparecem juntas, como se a derrota causasse isso, e, ainda, o Homem-Aranha conhece o Super Homem.
E meu nome é Alex, não conte pra ninguém.
legaallllllllllllllllllllll!!!!!bjs
Uriel, esta crônica sua está bem interessante... Despertou o interesse pela linha seguinte, e agora pelo capítulo 2.
Ganhou um leitor.
Que doidera de história hein...rs...eu ri.
Vou esperar a continuação, ok?
Abraços da "mulher gato"....kkkk.
A historia se passa aonde? nos EUA?
Aguardo a continuação...
flw!
hEhueheu... que bom que adoro Smalville! Ta famoso por aqui também! Hehehe... Grande texto Doutor Jornalista! rs.. Escreve muito bem e pelo visto é ótimo no inglês. Um dia chego lá... rs..
parabéns, o blog ta shoow.. e o post... massa!..
bjao
Gostei!!!
se é seu você é bem criativo!!
parabens
abraços
Gostei na narrativa.
Posso dar apenas uma sugestão?
Coloque a tradução das frases em inglês entre parênteses, pois nem todas as pessoas são como nós, que temos facilidade em entender a outra língua.
;)
Você que escreveu? Está muito bom.
HAHA, essas coisas de ter que esperar o próximo capítulo... Com certeza voltarei aqui.
Abraços.
Mutio legal seu blog e seus textos.
abraços
http://papodevinho.blogspot.com
e ... continua?
o diálogo é surreal!!!
quando puder, soma um assunto por lá:
somarassuntos
uau... gostei da perfeição na escrita, instigante sua crônica, me fez lembrar duma minha chamado "Odeval matador"
postei um texto bacana lá, quiser conferirr..
http://www.visaocontraria.blogspot.com/
abrass
PS: esses ultimos dias não postei mt, pq estava meio sem tempo...
Oi, Uriel!
Obrigado por visitar o Café com Notícias. Volte sempre, ok!
Seu texto é mto bacana...principalmente a forma q vc juntou os personagens q já são conhecidos do grande público. Mto criativo!
Abcs,
=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
hehehe!! Muito bom o texto!! Bem interessante! Parabéns!
pelo endereço do blog, esperava algo totalmente diferente...
curioso o seu texto, espararei o próximo cápitulo.
em relação ao seu comentário no TirasHD... as tiras são minhas mesmo, realmente tem outras mais legais; o problema é q como são diarias, terminamos colocando algumas em dias não inspirados!
valeu pela passagem por lá!
www.tirashd.blogspot.com
www.1irmao.blogspot.com
Vc escreve realmente muito bem, essa foi uma bela cronica, so acho que tenha uma coisa q nao ficou boa no texto, alguns dialogos serem em ingles, mas o resto ta bom. To aguardando a parte 2, sai hj ne?
Visite tbm:O Apanhador no Campo de Centeio
www.oapanhador.blogspot.com
Como sempre um otimo texto..
uma verdadeira rotina...
belo blog
http://www.lhmartins.blogspot.com
Opa, blz..Vi ali o link desse no scrapb da Gabi baum (minha namor)...Kra, curti o texto, bem bacana, vou divulgar!
Abraço
Fascinante texto!!! Legal.
My God, esse texto é show hein!!!
Gostei mto do blog. Ando procurando coisas assim para ler...
Te linkei no meu blog, blz?
Abçs!!!
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http://emlinhas.blogspot.com/
EM LINHAS...
Quando as palavras se tornam o nosso mais precioso divã.
Novo texto: O Acervo de Daniela
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Crônica interessante..
Adorei o jogo no diálogo!!
;DD
bjus
gostei...vou esperar pela continuação
mais embaixo x)
parabéns pelo blogg
gostei mto
parabéns
se tivér tempo passa lá no meu...
www.explod007.blogspot.com
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