- Posso ser sua amiga?
- Não, você me paga para que eu seja seu amigo.
- Não é verdade. Se eu não posso ser sua amiga, então você não gosta de mim.
- Você não precisa que eu goste de você. Você precisa que eu te ouça.
- Você desgosta tanto do que ouve? Caso contrário deixaria que eu fosse sua amiga.
- Na verdade eu não te ouço. Mas finjo te ouvir como ninguém.
- Eu não preciso pagar para que alguém finja me ouvir.
- Não?
- Não. Eu posso pedir para que meus amigos façam isso.
- Sim, pode. Mas seus amigos te cobrariam mais que eu.
- Eles não me cobrariam dinheiro.
- Não. Eles cobrariam que você fingisse ouvi-los também. Ou mais, cobrariam que você os ouvisse de verdade.
- Esse é um preço que eu não posso pagar.
- Poucos podem. Hoje em dia ninguém ganha atenção o suficiente para doar.
- Culpa do governo...
- Sempre é.
- Mas você ganha bastante atenção?
- Não o suficiente para vender para você. Sabe o que é, tenho família. Mulher e filhos.
- Então o que você me vende?
- Minha hora.
- E vale a pena?
- Valeu.
- Valeu?
- Valeu. A hora acabou. Até a próxima sessão.
domingo, 22 de junho de 2008
quer ser meu amigo?
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5 comentários:
Credo, triste, mas bela sacada.
Beijão pra vc!
Letícia.
O lado triste da solidão.
E o lado perverso da falta de apoio: necessitar buscar ajuda!
Cruel!
putz ... o papo foi muito produtivo e ajudou d+
putz ... o papo foi muito produtivo e ajudou d+
caralho guri - nao achei porra nenhuma - quando tinha tua idade eu queria ser jornalista para ser corresponte de guerra mas ai tinha que comer os professores para ser aprovado em algumas disciplinas. cu cabeludo é foda. alguns queriam beijinho na boca e depois saiam com suas belas esposas desfilando pelo saguao da faculdade. de cada dez links que recebo 9 vem com virus - imagina como estou trabalhando?
eu falei a minha opiniao - se eu nao vaselino ninguem nao iria ser voce. fui.
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